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ESTADO GLOBUMANISTA

 

 

 

“Nenhuma revolução social, económica e civilizacional sairá vitoriosa sem o respeito total pelos valores fundamentais da pessoa humana”.

 

 

 

Se as nossas democracias respeitassem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a vontade da cidadania seria determinante na conduta dos dirigentes políticos, obrigá-los-ia a consolidar a Justiça, a Dignidade e a Solidariedade, a valorizar o trabalho, a garantir a justa redistribuição da prosperidade nacional.

Antes de avançarmos propostas para um “contrato da cidadania” que tome em conta os aspectos do mundo actual e que aponte as mudanças capazes de fundar um novo projecto político e económico e um verdadeiro estado de direito solidário, convém salientar o seguinte: 

 

O indivíduo é o valor supremo em qualquer sociedade. Cada humano é a soma das tentativas, avanços e recuos da nossa espécie ao longo de milhões de anos da cadeia da evolução e o seu percurso é a apoteose do milagre da vida; dotado de uma capacidade mental inexistente em nenhuma outra espécie animal, criador da sua própria consciência, ele é um ser único e inviolável; assim a sua individualidade deve ser defendida e protegida pela Lei.

Inspirada pela Razão, emanação de uma consciência universalista, a liberdade individual é a marca do espírito humano, princípio determinante da sua existência, o que caracteriza a nossa espécie e lhe confere a liberdade de pensar e de exprimir convicções e opiniões, de as divulgar em privado e publicamente, e ninguém nem nenhum poder instituído, político, religioso ou ideológico pode negar-lhe esse direito, pela intimidação e ainda menos pela agressão física. Tais actos deverão ser combatidos sem descanso e punidos severamente.  

O estado globumanista, fonte suprema do Direito, constituído sobre uma base de total igualdade entre todos os cidadãos, mulheres e homens, independentemente das suas origens, religião ou cultura é uma forma aperfeiçoada do consenso geral, da democracia representativa e da cidadania como associação de indivíduos livres, esclarecidos, responsáveis e devidamente informados dos seus direitos e deveres.

 

Cidadania (do latim, civitas, "cidade"), conjunto de direitos e deveres aos quais o cidadão adere ao se inserir na sociedade em que vive, o que lhe permite intervir na direcção dos actos governativos.

 A definição de direitos pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que, na sociedade, os direitos de cada indivíduo são garantidos pelo pleno cumprimento dos deveres de todos os outros.

 

“Direitos sem deveres é a anarquia, deveres sem direitos é a escravidão. O Direito de mãos dadas com o Dever é a Liberdade”. (LaRounat)

 

Contrariamente à grande maioria dos outros seres vivo que trazem com eles as instruções da sobrevivência, no homem cuja pluralidade é uma encruzilhada de caminhos desconhecidos, as diversas humanidades existentes tentam como podem, viver juntas sem saber lá muito bem como fazer nem para onde ir.

Nós, seres humanos confrontamos ideias e certezas com o nosso próximo, num diálogo raramente inútil e muito depressa alargamos os grupos de reflexão para nos tornarmos um mundo de milhares de milhões de semelhantes em tudo e diferentes também em tudo. Daí nascer tantos conflitos mas no fundo não são eles uma marca da nossa individualidade?

A cidadania, enquanto instituição governativa gere, com imparcialidade, esses conflitos.

Enquanto sistema político de governação, o globumanismo incentiva a participação de todos os cidadãos nos assuntos da governação: o desconhecimento da coisa pública deverá dar lugar a um aprofundado conhecimento dos fenómenos sociais e económicos - única forma de permitir aos cidadãos enfrentar os entraves e manipulações habituais nas falsas democracias.

A organização das polis submete-se ao poder da classe política. Uma classe que ao se profissionalizar deixou de responder aos objectivos da sua missão.

Podemos pensar política, ideologia, metafísica, religião, podemos filosofar sobre tudo e mais alguma coisa, podemos condenar as ideologias, as religiões, mas não podemos condenar nem recusar o facto político, ele é a soma das interacções e a expressão da partilha entre os cidadãos. Em contrapartida, podemos e devemos mesmo condenar a classe política pois ela aplica à política métodos indignos de uma governação ao serviço do povo e da nação.

A filosofia política que indica caminhos certos para o respeito total dos interesses das populações governadas deve sempre agir por contradição e por conseguinte definir princípios essenciais. Não esqueçamos que ela é a alavanca que permite os avanços sociais e culturais de qualquer sociedade humana. Esses princípios da filosofia política torna ilegítima qualquer violência ou dominação de um governo sobre os seus administrados, assim como as lutas pelo poder político, e as manobras habituais das partidocracias para se arrogarem privilégios. Esses princípios, insisto, podem mesmo questionar a validade de um parlamento.

A classe política ao se apropriar o poder de legislar e de governar torna-se uma corporação e interesses alheios a um estão de direito; cúmulo da hipocrisia governativa, para se proteger das justas revindicações da cidadania, a classe política inventou um termo especial, o “politicamente correcto”, expressão maligna cujo fim é submeter os cidadãos à ditadura do pensamento único.

Numa sociedade de cidadãos livres e responsáveis, a esfera pública é o espaço onde a individualidade, através das suas associações, sindicatos, blogoesfera e circuitos sociais, descobre os seus modelos de afirmação, de participação e partilha, é nela que se desenvolvem as redes de solidariedade e se valorizam todas as potencialidades do estado de direito, um lugar privilegiado onde as convicções se afrontam ou se unem, as ideias e os projectos se ligam, interagem, se fundem numa imensidade de resoluções e de iniciativas universalistas. 

As associações de cidadãos são a ossatura da nação. Nelas se organizarão as actividades necessárias à boa marcha da sociedade. É através delas e com a participação indefectível e constante dos cidadãos que um governo globumanista acompanhará a construção do edifício nação.

O estado não pode cair nas mãos de uma classe ou de uma ideologia política ou religiosa, dado que é a expressão dos interesses e objectivos de todos os cidadãos, o único regulador no seio da nação, o ponto de equilíbrio de todas as vontades.

O estado globumanista constituirá, sempre, um projecto em perpétua transformação de modo a que os mecanismos úteis a uma harmonização pacífica e justa das diversas componentes da cidadania possam ser continuamente aperfeiçoados.

Nestes tempos de ataques mortíferos à condição humana, o globumanismo apresenta-se como a única panaceia para os males da humanidade. Esses males chamam-se exploração e opressão.

Edificar sociedades globumanistas consiste em construir muralhas contra esses males. É a vitória do Direito sobre o totalitarismo, a vitória da Razão sobre todas as formas de irracionalismo, é a vitória da cidadania sobre a governação administrativa de um Poder Privado Global usurpador.

Criar um estado para servir a cidadania e uni-la à volta de um projecto inspirado pela justiça e pela sabedoria é uma missão sagrada na qual deverão participar todos os cidadãos. É a eles, também, que compete velar pela boa conduta dos governantes e de prevenir comportamentos políticos contrários ao espírito da cidadania.

A Lei aplicada por uma justiça “podre” submete os homens em vez de os servir, aliena-os em vez de os libertar, torna-os infelizes. Não há homens livres nem sociedades prósperas, quando a Lei não é respeitada por todos os cidadãos, sem excepção. Os estados tornam-se, então, instituições inumanas onde impera a selvajaria.

Direitos e deveres compõem uma tela única, na qual se inscrevem as regras de ouro do estado globumanista. Estas regras ou princípios inspiram a Lei. Só exercendo o poder da Lei é que a governação da nação se assume como frente cidadã em luta contra a opressão e a exploração, contra a desordem e a barbárie.

Num Estado de Direito Globumanista a Lei será a impulsionadora das grandes transformações e realizações do espírito humano. A utopia humanista do amor ao próximo, do respeito pelo outro, da compaixão, da misericórdia, da tolerância continua presente no espírito dos justos e dará um sentido ao nosso combate, justificará o nosso apelo a refazer o mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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