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UNIÃO EUROPEIA

 

 

 

 

A União europeia prometeu a paz, mas obrigou os seus membros a aderir a projectos de guerra para defender os interesses dos Estados Unidos, anunciou a democracia mas a doutrina neoliberal imposta pela Comissão traduziu-se na verdade por um terrível ataque à liberdade e ao futuro dos povos europeus, prometeu prosperidade e desenvolvimento, as economias estão em ponto morto e a Europa mergulhou no caos económico, social e cultural.

Em vez de integração dos povos e das nações num sistema solidário, vimos nascer a desconfiança, a concorrência desleal: muitos países da União aproveitam-se da domiciliação fiscal, alguns criaram mesmos os seus próprios paraísos fiscais para captar os impostos dos ricos particulares dos outros estados membros e das multinacionais.

Bruxelas não estimulou a criação de empregos, muito pelo contrário, a sua política de desindustrialização e de deslocalização provocou a explosão do desemprego. As desigualdades socioeconómicas entre os membros da União foram levadas ao máximo e no que diz respeito ao meio-ambiente, a Comissão nada fez para reduzir o desastroso impacto das indústrias poluidoras.

Obedecendo às regras impostas pelos tratados europeus, os governos abriram as suas fronteiras, aboliram as tarifas alfandegárias, e a produtividade asiática remunerada com o trabalho escravo penetrou nos territórios das nações avançadas acabando de vez com o trabalho (indústrias, comércio, serviços, novas tecnologias).

A União Europeia sempre foi, desde o seu início, um embuste. A Europa da Comissão, dos tratados arrancados sem verdadeiros escrutínios cidadãos, não passa de um espaço continental de comércio, uma coutada das multinacionais. Esta instituição nasceu para servir o capital e para fazer de cada cidadão um mero consumidor.

Por detrás das belas fórmulas (democracia activa, amizade entre os povos, nova mentalidade europeia, etc.) a realidade vivida pelas populações dos estados membros é, infelizmente outra.

As disparidades económicas entre os países e regiões da União europeia são reveladoras da desunião entre os povos no seio desta entidade supranacional.

O PIB per capita do Luxemburgo sempre foi várias vezes mais elevado que o de países como a Grécia, Portugal, Espanha ou Irlanda. Muitas regiões dos membros do núcleo forte da Europa conseguiram níveis de riqueza e de desenvolvimento muitas vezes superiores ao de regiões como o Alentejo.

A Comissão Europeia apadrinhou a política das deslocalizações, fechou os olhos à hecatombe que se avizinhava: a desindustrialização da Europa e o fim das políticas sociais que ainda perduravam em alguns dos seus Estados. 

A harmonia nunca reinou entre os estados membros, nem entre os seus povos, imperou, sim, uma competição desonesta, predadora. As quatro liberdades fundamentais impostas pelos tratados europeus, livre circulação de pessoas, de mercadorias, de serviços e capitais deveriam restringir-se ao mercado interno. Ora, a circulação de capitais foi aberta aos investidores do mundo inteiro e o tecido produtivo europeu acabou por sofrer as consequências dos fluxos de capitais internacionais parasitas et especulativos.

Os responsáveis de Bruxelas, os lobbys e o patronado iniciaram, assim, o processo de adaptação das sociedades europeias a algumas das nefastas exigências da globalização: a concorrência nos mercados de bens e de serviços, a concorrência entre os trabalhadores no interior do espaço europeu, as duras políticas salariais, impostas pelos patrões negreiros do ocidente.

Bruxelas elabora os programas e impõe directivas mas, seguindo escrupulosamente, as instruções fornecidas pelos grupos de pressão, os grandes lobbys privados. São estes que encomendam as leis, decidem como estruturar, domesticar a opinião pública e aplicar-lhe os famosos programas de ajustamento estrutural. Nos últimos anos, todas as medidas de grande relevo foram concebidas nos centros de reflexão think tank do Poder Privado que dirige a Comissão,

Um impressionante número de agentes de lobbys (mais de dez mil) assentou arraiais na “capital da Europa”, para angariar benefícios e poder. Outros tantos chegam, quotidianamente, vindos de todo o mundo e instalam-se por períodos indeterminados. De todos os lobbys, o European Round Table é o mais importante. Está espalhado por 18 países e engloba algumas das maiores empresas europeias. Mas todas as grandes empresas transnacionais possuem as suas delegações em Bruxelas.

Atenta ao ininterrupto desfile dos mercenários da Globalização, a “boa” gente de Bruxelas fareja tudo o que cheira a dinheiro, poder, estatuo. Não existe controlo e, os nossos deputados que deveriam insurgir-se, denunciar este incrível e nauseabundo regabofe, fecham os olhos, interessados, sobretudo, em preservar os seus suculentos salários e privilégios.

Bruxelas sempre se opôs a um funcionamento democrático dos países membros, combatendo ferozmente projectos inspirados por uma cidadania activa e solidária, a convergência social económica e financeira, a regulação do sistema financeiro global, a tributação justa dos altos salários, das grandes fortunas e dos lucros dos bancos e das multinacionais.

As políticas criminosas da Comissão Europeia, a cegueira e a incompetência dos seus tecnocratas terão conduzido à crise do Euro e da própria União Europeia. A implosão da instituição supranacional não tardará. Mas no dia em que nada restar dela, a clique de dirigentes e tecnocratas de Bruxelas já terá tomado as suas precauções para arrecadar um máximo de compensações, indemnizações e reformas douradas.

Para centenas de burocratas, tecnocratas, juízes, comissários, executivos e os principais dirigentes cujas remunerações poderão atingir, em média, dezenas de milhares de euros, o futuro será risonho. É que não existe em nenhum país membro da União, um regime de reformas tão apetitoso. Com 16 anos de função, essa gente obterá 70% do seu último salário. Um vice-presidente da comissão, com 5 anos de mandato auferirá de uma pensão de 5.000 euros. Só em indemnizações os valores poderão atingir facilmente entre 300.000 e 600.000 euros.

O ex-presidente da Comissão, José Manuel Barroso vai trazer para casa 30.000 euros mensais.

"É o cúmulo, comenta o Sauvegarde Retraites, a administração europeia que sempre velou por uma ortodoxia orçamental com pesadas multas para os estados membros que não respeitem uma boa gestão e rigor económico, adoptou, sem complexos, uma política irrealista”.  

 

Enquanto a União Europeia resistir à sua própria destruição, os seus dirigentes, comissários, deputados e funcionários vão poder continuar a gozar a beatitude de um paraíso na Terra. Poder, privilégios, chorudos salários, ajudas de custo, reformas, tudo pago com o dinheiro dos contribuintes europeus.

Enquanto as populações europeias descem ao mundo da pobreza e da marginalização, a gente de Bruxelas, burocratas, tecnocratas e dirigentes oferecer-se um futuro radioso. No conjunto dos «futuros desempregados» da União e do parlamento europeus, haverá sempre quem voltará aos tachos da política ou do privado. O que é certo é que todos eles quererão continuar a empanturrar-se na manjedoura da nação.

Um dia destes aquele fulano que abandonou o posto de primeiro-ministro, para se sentar no melhor poleiro das instituições europeias, voltará a Portugal para tentar sentar-se no poleiro de chefe de Estado. Será que vamos aceitá-lo? Se tivermos um mínimo de juízo e respeito por Portugal, vamos é correr com ele para fora do país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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